O Papa Bento XVI e a Cúria Romana participaram nesta sexta-feira, 1º, da segunda meditação ministrada pelo pregador da Casa Pontifícia, freiRaniero Cantalamessa, OFM Cap, no itinerário de preparação quaresmal. O tema deste dia foi "Deus é amor", que, em semelhança ao primeiro,também inspira-se na primeira encíclica de Bento XVI, a Deus Caritas Est.
"O primeiro e fundamental anúncio que a Igreja tem a missão de levar ao mundo, e que o mundo espera da Igreja, é o amor de Deus", salientou o pregador. No entanto, é preciso que os evangelizadores estejam imersos nesse amor para poderem transmitir essa certeza com credibilidade.
No entanto, o que é esse amor? É um sentimento, uma inclinação, uma bondosa disposição de Deus a nosso respeito? "É muito mais; é algo real. É, ao pé da letra, o amorde Deus, o amor que circula na Trindade entre Pai e Filho e que, na encarnação, assumiu uma forma humana e agora nos é participado sob a forma de 'inabitação'. 'O meu Pai o amará e a ele nós viremos e nele faremos morada' (Jo 14,23). Tornamo-nos 'partícipes da natureza divina' (2 Pd 1,4), ou partícipes do amor divino", diz Raniero.
E o que fazer ao saber que Deus tanto nos ama? O primeiro a se fazer não é "reamar" a Deus ou amar-nos como Deus nos amou. "Primeiro temos outra coisa a fazer. Crer no amor de Deus! É a fé. Mas aqui se trata de uma fé especial: a fé-estupor, a fé incrédula (um paradoxo, eu sei, mas verdadeiro!), a fé que não sabe entender daquilo em que crê, mesmo crendo. Como é possível que Deus, sumamente feliz na sua quieta eternidade, tenha tido o desejo não só de nos criar, mas até de vir em pessoa sofrer em meio a nós? Como é que isto é possível? Pronto: esta é a fé-estupor, a fé que nos faz felizes", salienta Cantalamessa.
Segundo ele, os homens precisam saber que Deus os ama e ninguém melhor que os discípulos de Cristo para lhes dar essa boa notícia. No entanto, é preciso que os discípulos olhem para a própria vida, "do jeito que se apresenta, e tragam à tona os medos que se aninham nela, as tristezas, ameaças, complexos, aquele defeito físico ou moral, aquela lembrança doída que nos humilha, e escancarar tudo à luz do pensamento de que Deus me ama", ensina.
"Tudo pode ser questionado, todas as certezas podem nos faltar, mas nunca esta: Deus nos ama e é mais forte do que tudo", adverte.
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