Aconteceu neste domingo (26), a II Manhã de Oração e Reflexão para Médicos de Brasília. O evento reuniu diversos especialistas na área e contou com a presença de dom José Aparecido Gonçalves, bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília.
O evento teve como tema central Fé e Razão e começou com a celebração da Santa Missa na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, presidida por dom Aparecido. “Quando nos abrimos a Deus, o Espírito Santo derrama em nós a alegria e os dons d’Ele. É impossível para quem conhece a Jesus, deixar de levá-lo aos outros”, disse o bispo refletindo sobre o Evangelho do dia – Jo 14, 15-21.
Este amor de Cristo é que deve ser levado para os pacientes atendidos pelos médicos. “Posso tratar do físico, mas se algo não for trabalho no espiritual, há uma falha”, disse padre Paulo de Matos, coordenador da Comissão Arquidiocesana de Bioética, ao dar início à programação do encontro.
A Fé a Razão
A primeira palestra foi ministrada por Paulo Jacobina, procurador regional da República e integrante da Comissão de Bioética. Ele discorreu sobre o tema central contando o próprio testemunho de conversão. “Eu tinha uma concepção muito relativista sobre a vida. Pra mim todos os deuses eram iguais. Até o momento em que alguns assuntos me interpelaram”, conta.
Paulo, que participava da Missa por obrigação, começou a questionar-se a partir das perguntas levantadas pelos filhos na época de catequese. Por convite da esposa, católica praticante, fez o Encontro de Casais com Cristo e passou a tocar nas Missas de domingo. Até que um dia resolveu passar em uma livraria para comprar o Catecismo da Igreja Católica.
Com o estudo do Catecismo, Paulo, com uma mentalidade mais racionalista, começou a perceber que aquilo que a Igreja falava tinha um profundo sentido. “A fé pra mim não fazia sentido, mas ler o Catecismo foi uma experiência muito forte”. Outra questão que o marcou muito fez com que percebesse a beleza do amor na Santíssima Trindade: “As três pessoas da Trindade se amam tanto que cada uma está inteiramente no coração da outra. Deus é amor”.
Por fim, o procurador alertou para a necessidade de uma grande formação humana e cristã para desenvolver as tarefas profissionais em um ambiente hostil à Igreja. “Não vai ter padre no nosso trabalho: a Igreja somos nós, precisamos assumir isso como uma realidade existencial”, concluiu.
Ser médico cristão
Os doutores Ubatan Loureiro Júnior, gineco-obstetra, e Antônio Garcia, clínico de família, relataram como descobriram a área de atuação na medicina e como exercem a profissão coerentemente com a fé católica.
“Não podemos cruzar os braços e não defender a vida nascente; essas crianças são filhas de Deus. Temos a responsabilidade de deixar que menos filhos de Deus morram. Ocupem espaços para ter voz forte, para ser a favor da vida e contra o aborto”, exortou Ubatan que deixou de prescrever anticoncepcionais às pacientes depois de fazer um curso de métodos naturais ainda na faculdade.
Doutor Antônio já trabalhou no Complexo Penitenciário da Papuda e hoje atua no cuidado aos moradores de rua do Distrito Federal. “Sou feliz porque o Estado me paga para ser vicentino”, diz entre risos o médico que aprendeu a reconhecer Cristo diante dos mais necessitados. “É Cristo quem está diante de nós por meio desses homens e mulheres”.
Concordando com Ubatan, Antônio afirma ter receio de ser um médico sem a devida coerência entre o trabalho e a vida. “Que não haja esta dicotomia em nosso ministério enquanto médicos. Por isso sempre penso naquela passagem: Eu vim para que todos tenham vida e tenham em plenitude”.
O centro é a pessoa humana
Encerrando o encontro, dom Aparecido destacou que o pensamento ideológico dos tempos atuais procura tirar a importância da dignidade da pessoa humana. “Já não está no centro a pessoa, mas os desejos de algumas pessoas para que se tornem direito”.
Segundo o bispo auxiliar passou-se da época da justiça sem liberdade para a liberdade sem verdade, fundada no relativismo. Neste contexto, a Igreja é a única a defender “o valor da razão contra os racionalistas”.
Dom Aparecido exortou aos médicos para que tenham atenção à linguagem falaciosa usada em designações de termos da cultura da morte, assim como não neguem a dimensão da transcendência da pessoa humana. “A nossa vocação universal é a santidade. Precisamos ser apóstolos, missionários e santos pelo mandato de Cristo”.
Os médicos de Brasília voltarão a se reunir no dia 28 de agosto. Desta vez para início de um grupo de estudos que abordará documentos da Igreja a respeito das questões de vida e família.
Mais informações pelo site www.promotoresdavida.org.br
Por Lilian da Paz /Promotores da Vida
- Estudantes de medicina com o bispo auxiliar Dom José Aparecido Estudantes de medicina com o bispo auxiliar Dom José Aparecido
- Estudantes de medicina ajudaram na realização do encontro Estudantes de medicina ajudaram na realização do encontro
- Médicos participantes da II manhã de oração e reflexão Médicos participantes da II manhã de oração e reflexão
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