O arcebispo Timothy Dolan, de Nova York, denunciou a "injustiça preocupante e grave" que supõe a ordem do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Gabinete do Ministério da Justiça de acabar com sua defesa do casamento.
A instrução do presidente de deter a Lei de Defesa do Casamento (Defense of Marriage Act, DOMA) foi anunciada em 23 de fevereiro pelo procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder.
O arcebispo Dolan, presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, divulgou um comunicado em resposta a este anúncio e também enviou uma mensagem pessoal a Obama sobre este movimento do governo.
"O casamento, união entre um homem e uma mulher como marido e mulher, é uma instituição particular e insubstituível", disse o arcebispo.
Também afirmou que "apenas um homem e uma mulher têm a capacidade de trazer filhos a este mundo".
"Junto a essa capacidade está a responsabilidade - insistiu o prelado -, que a sociedade historicamente reforça com leis que vinculam as mães aos pais e também aos seus filhos."
Ele afirmou que, "contrariamente à declaração do procurador-geral, o DOMA não discrimina pessoas com base em sua ‘orientação' ou ‘inclinação' sexual".
"A discriminação injusta contra qualquer pessoa é sempre errada - admitiu o arcebispo Dolan. Mas o DOMA não é uma ‘discriminação injusta', mas simplesmente afirma e protege o inalterável - e provado pelo tempo - significado do casamento."
"A sugestão de que isso equivale à definição de ‘discriminação' é claramente falsa e representa uma afronta aos milhões de cidadãos deste país", disse ele.
Bom senso
O arcebispo continuou: "Esta decisão não supera a prova do bom senso".
"Não é ‘discriminação' dizer que um marido e uma mulher têm uma relação única e singular que duas pessoas do mesmo sexo ou casais de fato simplesmente não podem ter."
"Não é ‘discriminação' dizer que ter um pai e uma mãe beneficia os filhos", acrescentou.
"Proteger a definição do casamento não é só admissível, mas atualmente necessária por uma questão de justiça", disse o prelado.
Ele ressaltou que "ter leis que afirmam a importância vital das mães e dos pais - leis que reforçam, em vez de prejudicar, a ideia de que os filhos deveriam ser educados por seus próprios pais e mães - é essencial para uma sociedade justa".
"Essas leis estão sendo atacadas implacavelmente", advertiu o arcebispo Dolan.
Afirmou que "a posição atual do governo não só constitui uma séria ameaça para o casamento, mas também para a liberdade religiosa e para a integridade da nossa democracia".
E prosseguiu: "Nossa nação e nosso governo têm o dever de reconhecer e proteger o casamento, não de manipulá-lo e redefini-lo, nem caricaturar as crenças profundas de muitos cidadãos, chamando-o de ‘discriminação'".
"Em nome da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, expresso o meu profundo desacordo com a recente decisão da administração."
O bispo concluiu: "Peço a Deus para que o presidente e o Departamento de Justiça façam a escolha certa para levar a cabo sua responsabilidade constitucional, defendendo a instituição insubstituível do matrimônio, e, assim, proteger as futuras gerações dos nossos filhos".
Fonte: http://www.zenit.org/article-27445?l=portuguese