Igreja Católica aprova decisão do governo
O governo da Coreia do Sul mudou de ideia e decidiu voltar a exigir receita médica para a venda da "pílula do dia seguinte". As informações são da agência das Missões Exteriores de Paris, Eglises d'Asie (EDA), em notícia divulgada neste dia 30 de agosto.
Em 7 de junho, a agência sul-coreana para o controle de medicamentos (Korea Food and Drug Administration, KFDA) tinha eliminado a exigência, tornando a pílula um produto de balcão. Em 29 de agosto, porém, o Ministério da Saúde de Seul anunciou que o polêmico contraceptivo deverá permanecer na lista de produtos farmacêuticos "a ser vendidos apenas com receita médica".
Segundo a Eglises d'Asie, a volta atrás do governo foi bem recebida pela Igreja Católica, que se opõe fortemente à pílula do dia seguinte, introduzida no país asiático em 2001. "Para a Igreja sul-coreana”, explica a EDA, “esta decisão está no caminho certo do respeito pela vida". A Comissão Pró-Vida da Conferência Episcopal da Coreia do Sul afirma que "a pílula [do dia seguinte] é um abortivo, ou seja, um produto que elimina a vida".
O diretor da política sanitária do Ministério da Saúde, Kim Won-jong, não explicou as razões da reconsideração do governo, mas, durante uma conferência de imprensa, afirmou que "desafios complexos dentro da nossa sociedade tornam delicado chegar a um consenso".
Por sua vez, o diretor de segurança médica da KFDA, Cho Ki-won, anunciou que os efeitos da pílula serão estudados ao longo dos próximos três anos, deixando às autoridades da Coreia do Sul a possibilidade de voltar a reavaliar a sua posição após esse período.
Os sindicatos de médicos, contrários à venda da pílula no balcão, aplaudem a decisão do governo, contrariando as organizações feministas e os representantes dos farmacêuticos, que apoiavam a liberalização da venda.
A Eglises d'Asie observa que a postura do governo sobre a medicação deve ser inserida no contexto do debate sobre os problemas demográficos da Coreia do Sul, que enfrenta o rápido envelhecimento da população devido à diminuição da natalidade.
Em um país com altos índices de aborto, a natalidade tornou-se um "objeto de preocupação geral", conclui a agência.
(Tradução:ZENIT)
Fonte: Zenit