Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé
(tradução de Leonardo Meira - equipe CN Notícias)


Queridos irmãos e irmãs,

com esta celebração vespertina, o Senhor nos dá a graça e a alegria de abrir o novo Ano Litúrgico, iniciando pela sua primeira etapa: o Advento, o período que faz memória da vinda de Deus entre nós. Todo o início traz em si uma graça particular, porque é abençoado pelo Senhor. Neste Advento nos será dada, mais uma vez, a oportunidade de fazer a experiência da proximidade d'Aquele que criou o mundo, que orienta a história e que tomou conta de nós, alcançando o cume de sua condescendência ao fazer-se homem. Exatamente o mistério grande e fascinante de Deus conosco, mais ainda, de Deus que se fez um de nós, é que celebraremos nas próximas semanas, caminhando em direção ao Santo Natal. Durante o tempo do Advento, sentiremos a Igreja que nos toma pela mão e, à semelhança de Maria Santíssima, expressa a sua maternidade fazendo-nos experimentar a alegre expectativa da vinda do Senhor, que abraça a todos no seu amor que salva e consola.

Enquanto os nossos corações abrem-se rumo à celebração anual do nascimento de Cristo, a liturgia da Igreja orienta o nosso olhar à meta definitiva: o encontro com o Senhor que virá no esplendor da sua glória. Por isso nós que, em toda a Eucaristia, "anunciamos a sua morte, proclamamos a sua ressurreição, na expectativa da sua vinda", vigiamos em oração. A liturgia não cessa de encorajar-nos e sustentar-nos, colocando em nossos lábios, nos dias do Advento, o grito com o qual se encerra toda a Sagrada Escritura, na última página do Apocalipse de São João: "Vem, Senhor Jesus!" (22, 20).

Queridos irmãos e irmãs, o nosso reunir-se nesta noite para iniciar o caminho do Advento enriquece-se por um outro importante motivo: com toda a Igreja, desejamos celebrar solenemente uma vigília de oração pela vida nascente. Desejo expressar o meu agradecimento a todos aqueles que aderiram a esse convite e a quantos se dedicam de modo específico a acolher e proteger a vida humana nas diversas situações de fragilidade, em particular nos seus inícios e nos seus primeiros passos. Propriamente o início do Ano Litúrgico faz-nos viver novamente a expectativa de Deus que se faz carne no seio da Virgem Maria, de Deus que se faz pequeno, torna-se criança; fala-nos da vinda de um Deus próximo, que desejou percorrer a vida do homem, desde os inícios, e isso para salvá-la totalmente, em plenitude. E, assim, o mistério da Encarnação do Senhor e o início da vida humana estão intimamente e harmonicamente conectados entre si dentro do único projeto salvífico de Deus, Senhor da vida de todos e de cada um. A Encarnação revela-nos com intensa luz e de modo surpreendente que toda a vida humana tem uma dignidade altíssima, incomparável.

O homem apresenta uma originalidade inconfundível com relação a todos os outros seres vivos que povoam a terra. Apresenta-se como sujeito único e singular, dotado de inteligência e vontade livre, ainda que composto de realidades materiais. Vive simultaneamente e indivisivelmente na dimensão espiritual e na dimensão corpórea. Sugere isso também o texto da Primeira Carta aos Tessalonicenses que foi proclamado: "O Deus da paz –escreve São Paulo – vos conceda santidade perfeita. Que todo o vosso ser, espírito, alma e corpo, seja conservado irrepreensível para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo!" (5, 23). Somos, portanto, espírito, alma e corpo. Somos parte deste mundo, ligados às possibilidades e aos limites da condição material; ao mesmo tempo, somos abertos a um horizonte infinito, capaz de dialogar com Deus e de acolhê-lo em nós. Operamos nas realidades terrenas e, através dessas, podemos perceber a presença de Deus e tender a Ele, verdade, bondade e beleza absoluta. Saboreamos fragmentos de vida e felicidade e anelamos à plenitude total.

Deus ama-nos de modo profundo, total, sem distinções; chama-nos à amizade com Ele; torna-nos participantes de uma realidade que ultrapassa toda a imaginação e todo o pensamento e palavra: a sua própria vida divina. Com comoção e gratidão tomemos consciência do valor, da dignidade incomparável de toda a pessoa humana e da grande responsabilidade que temos com relação a todos. "Cristo, novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime. [...] Pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem" (Constituição Gaudium et Spes, 22).

Crer em Jesus Cristo comporta também ter um olhar novo sobre o homem, um olhar de confiança, de esperança. De resto, a própria experiência e a reta razão atestam que o ser humano é um sujeito capaz de entender e desejar, autoconsciente e livre, irrepetível e insubstituível, vértice de todas as realidades terrenas, que exige ser reconhecido como valor em si mesmo e merece ser acolhido sempre com respeito e amor. Ele tem o direito de não ser tratado como um objeto a se possuir, ou como uma coisa que se pode manipular a bel prazer, de não ser tornado um puro instrumento em vantagem de outros e seus interesses. A pessoa é um bem em si mesma e é preciso buscar sempre o seu desenvolvimento integral. O amor por todos, portanto, se é sincero, tende espontaneamente a dar atenção preferencial aos mais débeis e pobres. Sobre essa linha, coloca-se a solicitude da Igreja pela vida nascente, a mais frágil, a mais ameaçada pelo egoísmo dos adultos e do obscurecimento de consciência. A Igreja continuamente reafirma aquilo que declarou o Concílio Vaticano II contra o aborto e toda a violação da vida nascente: "A vida, uma vez concebida, deve ser protegida com o máximo cuidado" (Ibid., n. 51).

Há tendências culturais que buscam anestesiar as consciências com motivações espúrias. Com relação ao embrião no ventre materno, a própria ciência coloca em evidência a autonomia capaz de interação com a mãe, a coordenação dos processos biológicos, a continuidade do desenvolvimento, a crescente complexidade do organismo. Não se trata de um acúmulo de material biológico, mas de um novo ser vivente, dinâmico e maravilhosamente ordenado, um novo indivíduo da espécie humana. Assim aconteceu com Jesus no seio de Maria; assim foi com cada um de nós, no ventre de nossa mãe. Com o antigo autor cristão Tertuliano, podemos afirmar: "É já um homem aquele que o será" (Apologetico, IX, 8); não há nenhuma razão para não considerá-lo pessoa desde a sua concepção.

Infelizmente, também após o nascimento, a vida das crianças continua a ser exposta ao abandono, à fome, à miséria, à doença, aos abusos, à violência, à exploração. As múltiplas violações de seus direitos que se cometem no mundo ferem dolorosamente a consciência de todo o homem de boa vontade. Diante do triste panorama das injustiças cometidas contra a vida do homem, antes e depois do nascimento, faço meu o apaixonado apelo do Papa João Paulo II à responsabilidade de todos e de cada um: "Respeita, defende, ama e serve a vida, cada vida humana! Unicamente por esta estrada, encontrarás justiça, progresso, verdadeira liberdade, paz e felicidade" (Encíclica Evangelium vitae, 5). Exorto os protagonistas da política, da economia e da comunicação social a fazer o que esteja ao seu alcance para promover uma cultura sempre respeitosa pela vida humana, para procurar condições favoráveis e retas de apoio ao acolhimento e desenvolvimento dessa vida.

À Virgem Maria, que acolheu o Filho de Deus feito homem com a sua fé, com o seu ventre materno, com carinho, com acompanhamento solidário e vibrante de amor, confiamos a oração e o empenho a favor da vida nascente. Fazemo-lo na liturgia – que é o lugar onde vivemos a verdade e onde a verdade vive conosco – adorando a divina Eucaristia, em que contemplamos o Corpo de Cristo, aquele Corpo que encarnou em Maria por obra do Espírito Santo, e d'Ela nasce em Belém, para a nossa salvação. Ave, verum Corpus, natum de Maria Virgine! Amém.

Domingo, 28 Novembro 2010 13:36

Vigília do Nascituro em Brasília

No último dia 27 de novembro, sábado, a Arquidiocese de Brasília realizou, na Paróquia do Santíssimo Sacramento a sua Vigília pelo Nascituro. A Vigília começou com a celebração da Santa Missa, transmitida pela Rádio Canção Nova para todo Distrito Federal. Durante a celebração, o Pe. Eduardo, Presidente da Comissão de Bioética e Defesa da Vida de Brasília, nos lembrou o significado da vigília e valor da Pessoa Humana desde o momento de sua concepção. Foram realizadas a Bênção das Gestantes e a Bênção dos Presépios com a participação de grande número de f'iéis. Em continuidade, rezaram-se as primeiras Vésperas do I Domingo do Advento, juntamente com as súplicas meditadas sugeridas pela Santa Sé e conduzidas pelos membros da Comissão de Bioética. A Vigíllia se encerrou com a Bênção com Santíssimo Sacramento após palavras do Pe. Adriano, pároco do Santuário. Pe. Adrinao sugeriu nos preparar-mos para novo momento de oração por ocasião da Celebração dos Santos Inocentes.

Cidade do Vaticano 26 nov - “A família cristã desde sempre foi a principal via de transmissão da fé e ainda hoje tem grandes possibilidades de evangelização”. É uma das afirmações centrais, inspirada pelo magistério pontifício, com as quais o Cardeal Ennio Antonelli, abriu ontem de manhã, em Roma, o Congresso internacional promovido pelo seu organismo sobre o tema da família como protagonista de específicas ações pasrtorais. Debates e depoimentos serão feitos até este sábado, quando o último ato do Congresso se realizará na Basílica de São Pedro, com o “A Vigília da vida nascente” presidida por Bento XVI.

Sessenta e seis experiências de pessoas provenientes dos quatro cantos do mundo para contar como a família é hoje e como pode ser protagonista de uma fé que muda corações e a sociedade. Essas experiências foram escolhidas entre as 187 recebidas pelo Pontifício Conselho para a Família que solicitou a todos os bispos para que recolhessem e enviassem as mais significativas.

Com esses números, o Cardeal Antonelli abriu os trabalhos de um Congresso que – afirmou diante de uma platéia de 200 participantes - nas intenções do dicastério representa “a inauguração oficial de um processo permanente de comunicação de experiências e testemunhos da pastoral familiar” . “Gostaríamos de ativar - explicou - um processo contínuo que recolha e coloque em circulação, após adequado discernimento, as experiências que são mais relevantes e mais idôneas, para que inspire e estimule novas experiências”. Isto porque, acrescentou o cardeal recordando uma idéia de Bento XVI, “as experiências falam com a linguagem dos fatos e são mais persuasivas do que as idéias, porque não indicam somente o que se deve fazer, mas também aquilo que com a ajuda de Deus é possível fazer”.

Fonte: Rádio Vaticana

Quarta, 17 Novembro 2010 18:18

Consistório, novembro de 2010

ANÚNCIO DO CONSISTÓRIO PARA A NOMEAÇÃO
DOS NOVOS
MEMBROS DO COLÉGIO CARDINALÍCIO

 

E agora anuncio com alegria que o no próximo dia 20 de Novembro realizarei um Consistório durante o qual nomearei novos Membros do Colégio Cardinalício. Os Cardeais têm a tarefa de ajudar o Sucessor do Apóstolo Pedro no cumprimento da sua missão de princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade da fé e da comunhão na Igreja (cf. Lumen gentium, 18).

Eis os nomes dos novos Purpurados:

1. D. Angelo Amato, S.D.B., Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos;

2. S. B. Antonios Naguib, Patriarca de Alexandria dos Coptas (Egipto);

3. D. Robert Sarah, Presidente do Pontifício Conselho «Cor Unum»;

4. D. Francesco Monterisi, Arcipreste da Basílica Papal de São Paulo fora dos Muros;

5. D. Fortunato Baldelli, Penitenciário-Mor;

6. D. Raymond Leo Burke, Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica;

7. D. Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos;

8. D. Paolo Sardi, Vice-Camerlengo da Santa Igreja Romana;

9. D. Mauro Piacenza, Prefeito da Congregação para o Clero;

10. D. Velasio De Paolis, C.S., Presidente da Prefeitura para os Assuntos Económicos da Santa Sé;

11. D. Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura;

12. D. Medardo Joseph Mazombwe, Arcebispo Emérito de Lusaka (Zâmbia);

13. D. Raúl Eduardo Vela Chiriboga, Arcebispo Emérito de Quito (Equador);

14. D. Laurent Monsengwo Pasinya, Arcebispo de Kinshasa (República Democrática do Congo);

15. D. Paolo Romeo, Arcebispo de Palermo (Itália);

16. D. Donald William Wuerl, Arcebispo de Washington (Estados Unidos da América);

17. D. Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida (Brasil);

18. D. Kazimierz Nycz, Arcebispo de Varsóvia (Polónia);

19. D. Albert Malcolm Ranjith Patabendige Don, Arcebispo de Colombo (Sri Lanka);

20. D. Reinhard Marx, Arcebispo de Munique e Frisinga (Alemanha).

Além disso, decidi elevar à dignidade cardinalícia dois Prelados e dois Eclesiásticos, que se distinguiram pela sua generosidade e dedicação no serviço à Igreja.

Eles são:

1. D. José Manuel Estepa Llaurens, Arcebispo Ordinário Militar Emérito (Espanha);

2. D. Elio Sgreccia, ex-Presidente da Pontifícia Academia para a Vida (Itália);

3. Mons. Walter Brandmüller, ex-Presidente da Pontifícia Comissão de Ciências Históricas (Alemanha);

4. Mons. Domenico Bartolucci, ex-Maestro Director da Pontifícia Capela Musical (Itália).

Na lista dos novos Purpurados reflecte-se a universalidade da Igreja; com efeito, eles provêm das várias regiões do mundo e desempenham tarefas ao serviço da Santa Sé ou em contacto directo com o Povo de Deus como Padres e Pastores de Igrejas particulares.

Convido-vos a rezar pelos novos Cardeais, pedindo a particular intercessão da Santíssima Mãe de Deus, a fim de que desempenhem fecundamente o seu ministério na Igreja.

Dom Zimowski: temos de acabar com as desigualdades na atenção médica

 

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 16 de novembro de 2010 – Para o presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, Dom Zygmunt Zimowski, “as atuais desigualdades na assistência sanitária exigem que se empreenda uma ação mais valente e sem atraso”.

A declaração foi feita durante conferência de imprensa na Santa Sé durante a apresentação da XXV conferência internacional Per una cura della salute equa ed umana alla luce della Enciclicia Caritas in veritate (Para um cuidado da saúde equitativa e humana à luz da encíclica Caritas in veritate).

O evento acadêmico se realizará nos próximos dias 18 e 19 de novembro, em Roma. Entre os relatores estarão os cardeais Tarcisio Bertone, secretário de Estado vaticano, Renato Raffaele Martino, presidente emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz, assim como o titular deste dicastério, Peter Kodwo Appiah Turkson.

Clamor pela equidade

Dom Zimowski assegurou que é cada vez mais difícil “conciliar o progresso económico, científico e técnico com a persistente desigualdade do acesso aos serviços sanitários, que são um direto humano fundamental”.

O prelado denunciou também as “contínuas desigualdades entre os sistemas sanitários dos países em desenvolvimento e, pior, dos chamados subdesenvolvidos”.

Ele destacou que também nos países ricos “existem grandes diferenças no acesso aos cuidados sanitários”.

“Muitos pobres e imigrantes não têm acesso aos remédios e a outras tecnologias para salvar vidas, por causa de infra-estruturas sanitárias escassas ou inacessíveis”.

O presidente do Conselho Pontifício da Saúde anunciou que esta conferência, guiada pelas linhas da encíclica Caritas in veritate dedicadas ao tema da saúde “examinará, entre outras coisas, as perspectivas básicas para uma promoção equitativa mais humana da saúde”.

Em outra participação na conferência de imprensa, o professor de ginecologia e obstetrícia Domenico Adruni destacou que o evento pretende “volta a colocar o homem e o paciente no centro de nossa atenção”, e tomar assim consciência de que “algo está faltando nas nações mais avançadas e nas menos afortunadas”

O padre Maurizio Faggioni, O.F.M , docente de Bioética na Academia Afonsiana de Roma, disse que a conferência pretende mostrar o tema da saúde como “um direito natural humano, fundado na pessoa, a dignidade e o olhar para o outro”.

Sobre o tema, o subsecretário do Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, Dom Jean-Marie Mpendawatu, apresentou algumas estatísticas: “enquanto na Itália os partos assistidos por profissionais de saúde qualificados chegam a 99%, na Etiópia, somente 6% de mulheres têm essa possibilidade; na Uganda, 42% e em Laos, 20%”.

Dom Zimowski manifestou sua esperança de que esta conferência “lance luzes sobre o modo de melhorar o acesso à igualdade tão desejada de uma assistência sanitária básica e que, ao mesmo tempo, respeite a dignidade inalienável do homem”.

Fonte: Zenit

Indiferença é “sinal preocupante” de um subdesenvolvimento humano e moral

 

SÃO PAULO, quarta-feira, 17 de novembro de 2010 – “O desenvolvimento humano integral vai além da posse de bens e se expressa na adesão aos valores antropológicos e éticos mais elevados, como a fraternidade, a solidariedade e o bem comum”, afirma o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer.

Tais valores – prossegue o prelado – “são sumamente importantes quando se trata de debelar a fome”.

Em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo no sábado passado, Dom Odilo afirma que quando o desenvolvimento econômico local e globalizado integra esses imperativos éticos ele é capaz de favorecer o bem comum mais que os interesses de parte.

“A constante afirmação dos interesses fechados de países, grupos e setores, conseguida pela pressão de quem já é mais forte, até mesmo pelas armas, produziu o mundo que vemos: de um lado, mesas abarrotadas e gente superalimentada; de outro, multidões famintas a se baterem por escassas migalhas. Tem jeito de mudar isso?”, questiona.

O Papa, na encíclica Caritas in veritate – explica Dom Odilo – indica mais questões do desenvolvimento humano integral.

“Somos parte de uma grande família e precisamos superar a indiferença diante das necessidades do próximo, seja ele pessoa, povo ou país. A humanidade é uma única família e todos estão no mesmo barco, para o bem e para o mal: Ou vai pra frente esse barco, com todos dentro, ou afundam todos juntos.”

“O bem de um é o bem de todos; a falta de paz de um é a falta de paz de todos. Quando se levar a sério a consciência dessa responsabilidade de uns pelos outros, de um povo pelo outro, dos fartos pelos famintos, será possível combinar de forma nova as regras da convivência neste condomínio familiar maravilhoso que o Criador colocou à nossa disposição”, destaca o cardeal.

Segundo Dom Odilo, a solução para o problema da fome “está menos na roça e nas mãos calejadas dos agricultores que nos gabinetes e fóruns das decisões políticas, econômicas, financeiras e comerciais. A fome será superada mais pela ponta da caneta do que pelo cabo da enxada”.

“Uma renovada fraternidade e solidariedade são urgentes necessidades morais na família humana, onde é direito que os mais sadios e fortes olhem pelos mais fracos e doentes.”

“Não dá para continuar a fazer de conta que o problema é apenas dos outros. De fato, a atual migração de milhões de pessoas para países ricos ou regiões mais desenvolvidas mostra que as pessoas vão atrás do pão: Se o pão não chega onde as pessoas estão, elas vão lá onde o pão se encontra. O problema é de todos”, afirma.

Segundo o cardeal, a eliminação da fome e da subalimentação “requer a superação das barreiras do egoísmo, da insensibilidade e da indiferença, sinais preocupantes de um subdesenvolvimento humano e moral, e a abertura para uma fecunda gratuidade na relação de pessoas, organizações e povos”.

“Gratuidade é uma das mais nobres disposições humanas e leva a pensar de modo desinteressado no bem do próximo; é expressão de fraternidade verdadeira na família humana.”

Dom Odilo considera que “planos e programas continuam sendo necessários, assim como o respeito pelas regras e pela justiça; mas tudo isso será animado por disposições novas, capazes de dar brilho a um bilhão de olhares famintos no mundo”.

Fonte: Zenit

Cardeal O'Malley diz que a arquidiocese já realizou progressos

 

DUBLIN, terça-feira, 16 de novembro de 2010 - O visitador apostólico de Dublin, cardeal Sean O'Malley, reconheceu o trabalho que já se realizou nessa arquidiocese irlandesa, em resposta à crise dos abusos sexuais, e indicou que sua tarefa é "oferecer um novo olhar sobre a situação".

O purpurado, arcebispo de Boston, falou no último domingo, na pro-catedral de Santa Maria de Dublin, afirmando que é uma "honra" ter sido escolhido para ser o visitador da arquidiocese.

Bento XVI pediu uma visita apostólica a 4 dioceses da Irlanda, em resposta à crise dos abusos sexuais que estourou no ano passado. Está previsto que a primeira fase da visita se complete na Páscoa de 2011.

O cardeal O'Malley se referiu, em seus comentários, às suas raízes irlandesas, destacando que as famílias do seu pai e da sua mãe emigraram da Irlanda.

Disse que ambas as famílias deixaram a maioria das suas propriedades pessoais na Irlanda, mas não puderam deixar atrás sua "fé católica e seu grande amor à Irlanda". "Eu fui criado com essas duas coisas", reconheceu.

"É com este mesmo amor pelo povo irlandês que venho a esta visita - continuou. Vim para escutar, não para oferecer uma solução rápida. Vim para escutar sua dor, sua indignação, mas também suas esperanças e aspirações."

Pastoral

O cardeal O'Malley afirmou que a visita à Irlanda é "uma visita pastoral para ajudar a Igreja aqui no caminho de renovação".

"Em Dublin - acrescentou -, já se fez muito para enfrentar os crimes do passado e desenvolver políticas adequadas para garantir a proteção das crianças e proporcionar assistência às vítimas dos abusos de menores."

"A tarefa da visita é proporcionar um novo olhar à situação, para verificar a efetividade dos processos atuais utilizados para responder aos casos de abusos", acrescentou.

"Não estamos aqui para duplicar investigações ou estudos do passado. Estamos aqui para estar disponíveis para encontrar-nos com alguns dos que foram afetados pelos abusos e desejamos encontrar-nos com eles."

"Faremos o possível para comunicar-lhes as desculpas de uma Igreja arrependida e a solicitude pastoral do Santo Padre", explicou.

"Igualmente, tentaremos avaliar se as diretrizes de Proteção da Infância, da Junta Nacional, funcionam bem."

O cardeal afirmou que espera encontrar-se com o maior número possível de vítimas, assim como com os bispos, sacerdotes, religiosos e leigos da arquidiocese.

"Qualquer pessoa que desejar compartilhar seu testemunho pode entrar em contato comigo por meio da nunciatura apostólica aqui em Dublin, para solicitar um encontro ou enviar seus pensamentos por escrito, também por meio da nunciatura", informou.

"Por favor, rezem - pediu - para que esta visita ajude as pessoas da Irlanda, faça a sociedade progredir na segurança das crianças e promova a cura e a reconciliação que todos nós desejamos."

Fonte: Zenit

Quarta, 17 Novembro 2010 03:42

Vigilia pelo Nascituro em Brasília

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Na aurora da salvação, é proclamado como feliz notícia o nascimento de um menino...

(João Paulo II. EV n.1)

Dia: 27 de novembro de 2010
Local: Paróquia do Santíssimo Sacramento (606 L2 Sul)

Programação:

  • 19h30 - Missa com bênção das Gestantes
  • 20h30 - Benção dos Presépios
  • Até às 24h - Oração diante do Santíssimo Sacramento pelas crianças nascentes do mundo inteiro.

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No próximo sábado, 27 de novembro, Bento XVI presidirá, na Basílica de São Pedro, as Primeiras Vésperas do Advento e uma vigília de oração pela vida nascente.

Assim anunciou o próprio Papa hoje, depois da oração do Ângelus, durante as saudações aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

Esta iniciativa, explicou o Pontífice, "está em comum com as igrejas particulares do mundo inteiro" e seu desenvolvimento foi indicado "também nas paróquias, comunidades religiosas, associações e movimentos".

"O tempo de preparação para o Santo Natal é um momento propício para invocar a proteção divina sobre todo ser humano chamado à existência, também como agradecimento a Deus pelo dom da vida, recebido dos nossos pais", afirmou.

Esta convocação já foi seguida por várias dioceses, entre elas a arquidiocese de Sevilha. Seu titular, Dom Juan José Asenjo, convocou por carta todos os sacerdotes, consagrados, delegados diocesanos, presidentes de movimentos e grupos apostólicos de sua diocese.

Em sua carta, informa que o cardeal Antonio Cañizares, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, e Dom Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, transmitiram à Conferência Episcopal Espanhola o desejo do Papa de que se realizem atos similares em todas as dioceses.

Fonte: Zenit.org

Da Rádio Vaticano

Bento XVI recebeu nesta manhã os 20 bispos do Regional Centro-Oeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Regional formado pelos Estados de Goiás e Tocantins e pelo Distrito Federal, em visita "ad Limina". A eles o Papa fez um discurso que reproduzimos na íntegra.


Queridos Irmãos Bispos,

Estou feliz por vos dar as boas-vindas na ocasião da vossa visita ad Limina. Viestes à cidade onde Pedro, por último, cumpriu a sua missão de evangelização e deu testemunho de Cristo até à efusão do seu próprio sangue; viestes ver e saudar o Sucessor de Pedro. Deste modo fortaleceis os fundamentos apostólicos da Igreja no vosso país e expressais visivelmente a vossa comunhão com todos os demais membros do Colégio episcopal e com o próprio Pontífice romano (cf. Pastores gregis, 8). Deste teor são as amáveis palavras que o Senhor Arcebispo de Brasília, Dom João Braz, me dirigiu em vosso nome e que agradeço, enquanto vos asseguro do meu cordial afeto e das minhas orações por vós e por todas as pessoas confiadas aos vossos cuidados pastorais.

Com a visita do Regional Centro Oeste, se encerra este ciclo de encontros dos Prelados brasileiros com o Papa que se iniciou há mais de um ano. Por uma feliz coincidência, na data do discurso que dirigi ao primeiro grupo de Bispos era a vossa Festa Nacional da Independência, enquanto o último discurso que hoje pronuncio tem lugar justamente no dia em que se recorda a proclamação da República no Brasil. Aproveito o fato para sublinhar uma vez mais a importância da ação evangelizadora da Igreja na construção da identidade brasileira. Como bem sabeis, a atual sociedade secularizada exige dos cristãos um renovado testemunho de vida para que o anúncio do Evangelho seja acolhido como aquilo que é: a Boa Notícia da ação salvífica de Deus que vem ao encontro do homem.

Neste sentido, há quase 60 anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil é um ponto de referência da sociedade brasileira, propondo-se sempre mais e acima de tudo como um lugar onde se vive a caridade. Com efeito, o primeiro testemunho que se espera dos anunciadores da Palavra de Deus é o da caridade recíproca: «Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 32). A vossa, como aliás as demais Conferências Episcopais, nasceu como concreta aplicação do afeto colegial dos Bispos em comunhão hierárquica com o Sucessor de Pedro, para ser um instrumento de comunhão afetiva e efetiva entre todos os membros, e de eficaz colaboração com o Pastor de cada Igreja particular na tríplice função de ensinar, santificar e governar as ovelhas do próprio rebanho.

Ora, a Conferência Episcopal apresenta-se como uma das formas, encontradas sob a guia do Espírito Santo, que consente exercitar conjunta e harmoniosamente algumas funções pastorais para o bem dos fiéis e de todos os cidadãos dum determinado território (cf. Código de Direito Canônico, cân. 447). De fato, uma cooperação sempre mais estreita e concorde com os seus irmãos no ministério ajuda os Bispos a cumprir melhor o seu mandato (cf. Christus Dominus, 37), sem abdicar da responsabilidade primeira de apascentar como pastor próprio, ordinário e imediato sua Igreja particular (cf. Motu próprio Apostolos suos, 10), fazendo-a ouvir a voz de Jesus Cristo, que “é o mesmo, ontem, hoje e sempre” (Hb 13, 8).

Assim sendo, a Conferência Episcopal promove a união de esforços e de intenções dos Bispos, tornando-se um instrumento para que possam compartilhar as suas fatigas; deve, porém, evitar de colocar-se como uma realidade paralela ou substitutiva do ministério de cada um dos Bispos, ou seja, não mudando a sua relação com a respectiva Igreja particular e com o Colégio Episcopal, nem constituindo um intermediário entre o Bispo e a Sé de Pedro.

Entretanto, no fiel exercício da função doutrinal que vos corresponde, quando vos reunis nas vossas Assembléias, queridos Bispos, deveis sobretudo estudar os meios mais eficazes para fazer chegar oportunamente o magistério universal ao povo que vos foi confiado. Essa função doutrinal será desempenhada nos termos indicados por meu venerado predecessor, o Papa João Paulo II, no Motu Próprio “Apostolos suos”, também ao abordar as novas questões emergentes, para depois poder orientar a consciência dos homens para encontrarem a reta solução para os novos problemas suscitados pelas transformações sociais e culturais.

De modo especial, alguns temas recomendam hoje uma ação conjunta dos Bispos: a promoção e a tutela da fé e da moral, a tradução dos livros litúrgicos, a promoção e formação das vocações de especial consagração, elaboração de subsídios para a catequese, o compromisso ecumênico, as relações com as autoridades civis, a defesa da vida humana, desde a concepção até a morte natural, a santidade da família e do matrimônio entre homem e mulher, o direito dos pais a educar seus filhos, a liberdade religiosa, os outros direitos humanos, a paz e a justiça social.

Ao mesmo tempo, é necessário lembrar que os assessores e as estruturas da Conferência Episcopal existem para o serviço aos Bispos, não para substituí-los. Trata-se, em definitiva, de buscar que a Conferência Episcopal, com seus organismos, funcione sempre mais como órgão propulsor da solicitude pastoral dos Bispos, cuja preocupação primária deve ser a salvação das almas, que é, aliás, a missão fundamental da Igreja.

Queridos irmãos, no final do nosso encontro, gostaria de vos convidar a olhar para o futuro com os olhos de Cristo, depondo n’Ele a vossa esperança, pois «a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5,5). Reiterando o meu profundo afeto pelo povo brasileiro, confio o Brasil à intercessão materna da Virgem Maria, Nossa Senhora Aparecida, modelo de todos os discípulos: Ela vos conduza pelos caminhos de seu Filho. E, lembrando cada um dos Prelados brasileiros que, durante estes últimos catorze meses, passaram por aqui em visita ad Limina e também aqueles que não puderam vir por problemas de saúde, de todo o coração concedo-vos, assim como aos sacerdotes, aos religiosos, às religiosas, aos catequistas e a todos os vossos diocesanos, a Bênção Apostólica.

Cidade do Vaticano, 13 nov (RV) - Bento XVI iniciou seus compromissos da manhã deste sábado recebendo em audiência, no Vaticano, o primeiro grupo de bispos do Regional Centro-Oeste da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Regional formado pelos Estados de Goiás e Tocantins e pelo Distrito Federal, em visita "ad Limina".

O Pontífice recebeu, em audiências sucessivas, os seguintes prelados:

O Arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, acompanhado do Bispo auxiliar, Dom Waldemar Passini Dalbello;

o Bispo de Anápolis, Dom João Wilk;

o Bispo de Goiás, Dom Eugène Lambert Adrian Rixen;

o Bispo de Ipameri, Dom Guilherme Werlang;

o Bispo de Jataí, Dom José Luiz Majella Delgado, com o Bispo emérito, Dom Aloísio Hilário de Pinho;

o Bispo de Rubiataba-Mozarlândia, Dom Adair José Guimarães;

o Arcebispo Ordinário Militar, Dom Osvino José Both;

e o Bispo de São Luis de Montes Belos, Dom Carmelo Scampa.

 

Fonte: Rádio Vaticana

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