DECLARAÇÃO SOBRE LEGALIZAÇÃO DO CASAMENTO HOMOSSEXUAL EM PORTUGAL

 

Do porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, Pe. Manuel Morujão

 

LISBOA, quinta-feira, 20 de maio de 2010 (ZENIT.org).- Publicamos a declaração do porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa sobre a promulgação da lei que legaliza o casamento homossexual no país.

***

Declaração do Porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa

Tendo tomado conhecimento da decisão do Senhor Presidente da República de promulgar o Diploma que legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, declaro:

1. A referida lei representa um passo atrás na construção da coesão social, ao contrariar um dos princípios mais consolidados das várias civilizações da humanidade.

2. Efectivamente, no passado dia 13 de Maio, em Fátima, o Papa Bento XVI relembrou que a família está fundada na união de amor entre um homem e uma mulher, e que protegê-la é um dos factores fundamentais da construção do bem comum.

Pe. Manuel Morujão

(Com Agência Ecclesia)

congresso_nacional

Artigo de Lenise Garcia
Imagem: Portal da Câmara
Quando dizem que os defensores da vida não olhamos para a mulher, costumo argumentar que 50% dos embriões que defendemos são mulheres. Na atual discussão, que o Estatuto do Nascituro é também “da Nascitura”…
Além disso, o aborto é uma “falsa solução”, que muito mal traz às mulheres que um dia o realizaram, como mostra um artigo de opinião que escrevi para o Correio Braziliense, à época do projeto cultura, cidadania e vida, que o Movimento Brasil sem Aborto realizou em Brasília no ano passado.
O corajoso e comovente depoimento da Deputada Fátima Pelaes na CSSF, logo antes da votação do Estatuto do Nascituro, e que pode aqui ser visto em vídeo, mostra bem como é compatível – mais do que isso, é coerente – ser uma grande defensora dos direitos das mulheres e, ao mesmo tempo, defender a vida desde a concepção.
Não há como negar que Fátima Pelaes é uma defensora das mulheres, isso está amplamente demonstrado pela sua vida parlamentar. Por outro lado, a história de vida que ela relata em seu belíssimo depoimento a mostra como uma nascitura que não foi abortada, mesmo tendo sido concebida em uma prisão, fruto de um abuso. Mostra também como é impossível prever o futuro de uma criança nascida nessas condições, pois a superação das dificuldades é parte da vida humana.
Procurando saber um pouco mais sobre ela, descobri essa bela entrevista que ela respondeu por ocasião do Dia das Mães.
Congratulo novamente a nobre deputada pelo seu magnífico posicionamento.

Artigo de Lenise Garcia

Quando dizem que os defensores da vida não olhamos para a mulher, costumo argumentar que 50% dos embriões que defendemos são mulheres. Na atual discussão, que o Estatuto do Nascituro é também “da Nascitura”… 

Além disso, o aborto é uma “falsa solução”, que muito mal traz às mulheres que um dia o realizaram, como mostra um artigo de opinião que escrevi para o Correio Braziliense, à época do projeto cultura, cidadania e vida, que o Movimento Brasil sem Aborto realizou em Brasília no ano passado.

O corajoso e comovente depoimento da Deputada Fátima Pelaes na CSSF, logo antes da votação do Estatuto do Nascituro, e que pode aqui ser visto em vídeo, mostra bem como é compatível – mais do que isso, é coerente – ser uma grande defensora dos direitos das mulheres e, ao mesmo tempo, defender a vida desde a concepção.

Não há como negar que Fátima Pelaes é uma defensora das mulheres, isso está amplamente demonstrado pela sua vida parlamentar. Por outro lado, a história de vida que ela relata em seu belíssimo depoimento a mostra como uma nascitura que não foi abortada, mesmo tendo sido concebida em uma prisão, fruto de um abuso. Mostra também como é impossível prever o futuro de uma criança nascida nessas condições, pois a superação das dificuldades é parte da vida humana.

Procurando saber um pouco mais sobre ela, descobri essa bela entrevista que ela respondeu por ocasião do Dia das Mães.

Congratulo novamente a nobre deputada pelo seu magnífico posicionamento.

Fonte: http://brasilsemaborto.wordpress.com
Imagem: Portal da Câmara

Domingo, 23 Mai 2010 23:58

Discriminação a um ator católico

Conhecido ator católico despedido por negar-se a filmar cenas de sexo

alt
Neal McDonough

WASHINGTON DC, 14 Mai. 10 / 05:11 pm (ACI).- O ator Neal McDonough, conhecido por suas atuações em filmes como Minority Report e séries como Desperate Housewives (Esposas Desesperadas) e Band of Brothers, foi despedido pela cadeia ABC da produção televisiva Scoundrels por negar-se a filmar cenas de sexo explícito, algo que vai contra seus princípios católicos.

Embora a cadeia ABC disse que sua separação se deveu a "mudanças no casting inicial", diversos meios como LifeSiteNews.com informam que a verdadeira razão foi sua negativa a realizar cenas de sexo explícito.

A postura de McDonough não é nova. Este ator, católico, casado e pai de três meninos, já tinha rechaçado anteriormente rodar cenas de sexo quando interpretava o marido da atriz Nicolette Sheridan na quinta temporada da série Mulheres se Desesperadas, também da ABC, assim como na série Boombtown da NBC.

Conforme se informou à imprensa, o ator decidiu renunciar ao milhão de dólares que ia receber por seu papel em Scoundrels, por manter seus princípios.
McDonough nasceu em 1966 em Massachusetts de pais irlandeses. 
Em 1999 obteve o Prêmio do jurado no Festival de cinema de Atlantic City. Recentemente recebeu uma nominação aos Screen Actors Guild Awards.

McDonough trabalhou em mais de vinte filmes, como Minority Report, Star Trek VIII e Flag of Our Fathers.

Senado_aprova_Ficha_LimpaOs senadores acabam de aprovar, por unanimidade, o projeto de lei da Ficha Limpa no plenário, encerrando a tramitação da proposta de iniciativa popular no Congresso Nacional. O próximo passo será a sanção presidencial. O texto aprovado é o mesmo encaminhado pela Câmara dos Deputados, sem emendas.

"Hoje é um dia histórico. Eu me sinto emocionado por presidir esta sessão", disse o deputado goiano, Marconi Perillo, depois de uma série de discursos a favor do projeto e após anunciar o resultado da votação nominal (em que o nomes são registrados com o teor dos votos).

O projeto de lei, entregue a deputado Michel Temer, em setembro do ano passado, pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), passou por duas alterações, a primeira no grupo de trabalho coordenado pelo deputado Miguel Martini, com relatoria de Índio da Costa, e a segunda com a relatoria de José Eduardo Cardozo, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Nos dois casos, o MCCE acredita que o projeto foi aperfeiçoado e permanece de encontro aos anseios da sociedade, expressos em 1,6 milhão de assinaturas coletadas em todo o país. Além destas, a instituição parceira da MCCE, Avaaz, coletou virtualmente mais de 2 milhões de adesões à iniciativa.

De acordo com a diretora do MCCE, Jovita José Rosa, a aprovação do PLP no Senado Federal representa a vitória da sociedade e das 44 entidades que lutaram pela tramitação da lei. “No início, a Ficha Limpa parecia uma utopia, mas logo todo o Brasil se envolveu com o tema e hoje só podemos comemorar, porque é uma vitória do povo”, afirmou.

Além da sanção presidencial, outro aspecto que deverá ser abordado é a validade da lei já nestas eleições. O MCCE entende que não é preciso o prazo de um ano antes do pleito, para que a legislação passe a vigorar. No entanto, outras interpretações entendem que a lei seria aplicada a partir de 2012. A decisão ficará a cargo do Tribunal Superior Eleitoral.

Foto: Agência Brasil

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira, 19, o Projeto Ficha Limpa, que impede a candidatura de pessoas com problemas na justiça. A Comissão também aprovou a urgência da tramitação da proposta. O relator do projeto, senador Demóstenes Torres (DEM-GO) fez apenas uma emenda de redação que não implica a volta do texto à Câmara. A proposta segue para o plenário do Senado, que deve ser votado ainda na noite de hoje, caso a Mesa Diretora acate pedido de realização de uma sessão extraordinária.

Nos unimos em oração aos nossos irmãos da comunidade Jesus Menino.

NOTA DE FALECIMENTO

RAFAEL O NOVO INTERCESSOR DA JESUS MENINO NO CÉU
É com muito pesar e com alegria no Senhor Jesus que nós da Comunidade Jesus Menino, informamos que nosso pequeno Rafael partiu para o paraíso nesta manhã do dia 19 de Maio de 2010 às 10:10hrs no hospital Santa Tereza de Petrópolis/RJ. Rafael se encontrava internado A 1 (UMA) SEMANA no CTI do Hospital Santa Teresa e devido a seu estado frágil não resistiu, vindo a óbito no dia 19/05.
Seu velório acontecerá na Capela Oswaldo Cruz e o sepultamento será no cemitério municipal de Petrópolis às 11:00 hrs.

É mais um tesouro que devolvemos ao Pai


Agradecemos a você amigo irmão que durante todo esse tempo nos ajudou a dar ao Rafael um verdadeiro e divino lar. Que Rafael interceda por cada um de nós e que possamos continuar a dar um colo paterno e materno a muitos outros "RAFAEL"  que estão à nossa espera.

Unido sempre em favor da VIDA
TÔnio e Família Jesus Menino

Quarta, 19 Mai 2010 16:20

Declaração da CNBB sobre o PNDH-3

3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH - 3).
Declaração da 48ª Assembleia Geral da CNBB

“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6,33)

A promoção e a defesa dos Direitos Humanos fazem parte da mensagem bíblica e constituem parte da missão da Igreja Católica, em sua ação evangelizadora, especialmente, diante de violações que atentam contra a dignidade humana. Na Encíclica Pacem in Terris, de 1963, o Beato João XXIII estabeleceu um autêntico paradigma dos Direitos Humanos, alicerçados numa visão integral da pessoa humana.
 
A Igreja, por esta Encíclica, continua afirmando que “Em uma convivência humana bem constituída e eficiente, é fundamental o princípio de que cada ser humano é pessoa; isto é, natureza dotada de inteligência e vontade livre. Por essa razão, possui em si mesmo direitos e deveres, que emanam direta e simultaneamente de sua própria natureza. Trata-se, por conseguinte, de direitos e deveres universais, invioláveis e inalienáveis.” (Pacem in Terris, 9) Entre os direitos principais, listados pelo Papa, se encontram, em primeiro lugar, o “direito à existência, à integridade física, aos recursos correspondentes a um digno padrão de vida” (idem, 11).

O conjunto de Direitos afirmados na Pacem in Terris ultrapassa os que constam na Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas de 1948, sobretudo, pela ênfase dada aos direitos sociais e econômicos. Distingue-se também da visão individualista dos Direitos Humanos ao integrar os direitos individuais aos sociais, a partir do princípio da responsabilidade social e do dever de solidariedade que liga as pessoas humanas. Os direitos sociais, nesta perspectiva, não são uma concessão ou um ato de caridade social, mas um dever de justiça que o Estado é obrigado a garantir, tendo em vista a dignidade da pessoa humana e o seu direito à vida.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fiel à missão confiada por Cristo à Igreja, tem procurado agir na defesa dos Direitos Humanos, dentro de uma sociedade pluralista na qual vivemos. É oportuno lembrar aqui a luta empreendida pelos Bispos do Brasil em favor da redemocratização do País e sua ação efetiva contra o arbítrio e a tortura. Recordamos também, algumas iniciativas da CNBB e das diversas Pastorais Sociais, do passado aos nossos dias, em prol da democracia, do direito e da justiça: as Campanhas da Fraternidade, a luta contra o trabalho escravo, a defesa dos povos indígenas e afro-descendentes, a dignidade dos aprisionados, o empenho pela reforma agrária, a justa distribuição da terra, a preservação do meio ambiente, o apoio na elaboração dos Estatutos da Criança e do Adolescente, do Idoso e da Igualdade Racial, a luta pela elaboração da Lei 9840, contra a corrupção eleitoral, e a recente Campanha conhecida como “Ficha Limpa”.

Quando a Igreja se pronuncia sobre os Programas Nacionais de Direitos Humanos, ela o faz com o propósito de exercer o seu direito de sujeito presente na sociedade e participante dos destinos de nosso povo. Tal direito, sendo também um dever constitutivo de sua missão, é irrenunciável. Diante dessas iniciativas governamentais, a Igreja Católica somente “quer servir à formação da consciência na política e contribuir a que cresça a percepção das verdadeiras exigências da justiça” (Deus caritas est, 28a).

Para a Igreja, a mesma veemência que se demonstra na defesa da vida em sua dimensão social deve ser demonstrada no tocante à defesa da vida em sua dimensão pessoal, bem como na defesa de todos aqueles valores e realidades que dignificam o ser humano, como a família, a religião, a reta compreensão da sexualidade, entre outros. Não pode haver  desconexão entre a moral social e a moral da pessoa. “A Igreja propõe, com vigor, esta ligação entre ética da vida e ética social, ciente de que não pode ‘ter sólidas bases uma sociedade que afirma valores como a dignidade da pessoa, a justiça e a paz, mas contradiz-se radicalmente aceitando e tolerando as mais diversas formas de desprezo e violação da vida humana, sobretudo se débil e marginalizada’”. (Caritas in veritate,15)

Nas ações programáticas do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos  (PNDH-3), conforme é afirmado na Nota da Presidência da CNBB, de 15 de janeiro de 2010, encontramos “elementos de consenso que podem e devem ser implementados imediatamente”. Entretanto, identificamos também determinadas ações programáticas que não podem ser aceitas. Reafirmamos nossa posição, já muitas vezes manifestada, em defesa da vida e da família, da dignidade da mulher, do direito dos pais à educação religiosa e ética de seus filhos, do respeito aos símbolos religiosos, e contrária à prática e à descriminalização do aborto, ao “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, à adoção de crianças por casais homoafetivos e à profissionalização da prostituição.

A linha de continuidade que existe em torno desses pontos, entre os Programas de Direitos Humanos de 1996 (PNDH-1), de 2002 (PNDH-2) e de 2009 (PNDH-3), é reveladora de uma antropologia reducionista que está na base de certas formulações nas quais pretensos direitos são incluídos entre os Direitos Humanos, embora constituam a negação mesma de Direitos Fundamentais. Só uma visão integral de pessoa humana pode fundamentar corretamente os Direitos Humanos. Como afirmou o Papa Bento XVI, perante a ONU, em seu discurso por ocasião do 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em abril de 2008, “Tais direitos estão baseados na lei natural inscrita no coração do homem e presente nas diversas culturas e civilizações. (...) Contudo não se deve permitir que esta ampla variedade de pontos de vista obscureça o fato de que não só os direitos são universais, mas também o é a pessoa humana, sujeito destes direitos”.

Em nossa ação pastoral, continuaremos envolvendo as comunidades cristãs e mobilizando a sociedade brasileira, para o necessário discernimento e o atento acompanhamento das propostas legislativas, durante a sua tramitação no Congresso Nacional, relativas a determinadas ações programáticas do PNDH-3, em vista da efetivação dos Direitos Humanos em nosso País.
Renovamos nosso compromisso com o efetivo respeito aos Direitos Humanos, de modo especial dos pobres e das camadas mais frágeis de nossa população.  Pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, imploramos as luzes de Deus, para que, em um clima de diálogo democrático, possamos construir uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.

Brasília, 12 de maio de 2010

Durante o dia 19 e 20 de maio, as relíquias de Francisco e Jacinta, além de um pedaço da árvore da aparição em Fátima, estarão dispostas para veneração na Capela do Seminário Maior Nossa Senhora de Fátima. As relíquias foram recebidas na noite do dia 18 (21:00hs) com ato litúrgico solene; hoje pela manhã (6:30hs) o Padre Eduardo Peters presidiu a Eucarístia para a Comunidade do Seminário Maior, recordando em sua homilia o valor da piedade mariana na vida do sacerdote; e amanhã pela manhã (6:30hs) será realizada Adoração ao Santíssimo Sacramento e veneração da relíquias de Fátima. Peçamos à Virgem Maria, Senhora dos Sacerdotes e de Fátima, que interceda por todos os nossos sacerdotes e seminaristas, para que todos sejam imitadores fidedignos de Cristo Bom Pastor!

Apenas três dias após o lançamento de nosso esforço comum de oração, mais de 100 pessoas se uniram a nós em oração pela vida. Entendemos que a cultura da vida passa também pelo nosso esforço comum de oração. A intercessão é um dos meios mais amorosos de oração, pois nos implica mais nas dificuldades dos nossos irmãos do que nos nossos interesses pessoais. Ajude-nos a crescer nessa unidade pela vida. Participe você também desse maravilhoso e abençoado esforço de oração onde oferecemos ao Senhor da vida a nossa prece por todos os que se vem ameaçados na sua dignidade pessoal. Virgem Mãe, Rogai por nós!

Na 48ª Assembleia Geral da CNBB

 

BRASÍLIA, domingo, 16 de maio de 2010 (ZENIT.org).- Publicamos, a seguir, a declaração da 48ª Assembleia Geral da CNBB sobre o momento político atual do Brasil.

***

Nós, Bispos Católicos do Brasil, reunidos em Brasília, de 4 a 13 de maio de 2010, para a 48ª Assembléia Geral da CNBB, temos diante de nós a realidade do Povo Brasileiro, de cujas lutas e esperanças participamos. Os 50 anos da inauguração de Brasília e as eleições gerais do próximo mês de outubro nos proporcionam a oportunidade de refletir sobre a trajetória do País.

A realização da nossa Assembléia Geral em Brasília, no ano do jubileu de ouro da cidade e da Arquidiocese, quer expressar o apreço pelo que significou para a nação a construção da Capital do País em pleno planalto central.

O Jubileu de Ouro de Brasília, no entanto, precisa se transformar em oportunidade para que a Capital recupere o seu simbolismo original e se torne de fato fonte de inspiração para os sonhos de um País justo, integrado, desenvolvido e ecologicamente sustentável, que todos queremos. "O desenvolvimento é impossível sem homens retos, sem operadores econômicos e homens políticos que sintam intensamente em suas consciências o apelo do bem comum. São necessárias tanto a preparação profissional como a coerência moral" (Bento XVI, Caritas in Veritate, 71).

A celebração do Congresso Eucarístico Nacional em Brasília quer, igualmente, ser sinal deste anseio de País justo e fraterno, para cuja realização a Igreja Católica procura dar sua contribuição pelo testemunho dos valores humanos e cristãos que o Evangelho nos ensina. Seu lema "Fica conosco, Senhor" atesta a importância da presença do Deus da vida e da partilha em todos os momentos, também naqueles do exercício da cidadania.

O Brasil está vivendo um momento importante, por seu crescimento interno e pelo lugar de destaque que vem merecendo no cenário internacional. Isso aumenta sua responsabilidade no relacionamento com as outras nações e na superação progressiva de suas desigualdades sociais, produzidas pela iníqua distribuição da renda, que ainda persiste. Preocupam-nos os grandes projetos, sobretudo na Amazônia, sem levar devidamente em conta suas consequências sociais e ambientais. Permanece o desafio de uma autêntica reforma agrária acompanhada de política agrícola que contemple especialmente os pequenos produtores rurais, como fator de equilíbrio social.

A Igreja, comprometida de modo inequívoco com a defesa da dignidade e dos Direitos Humanos, apóia as iniciativas que procuram garanti-los para todos. Todavia, denuncia distorções inaceitáveis presentes em alguns itens do PNDH-3.

Destacamos a importância do projeto de lei denominado "Ficha Limpa", de iniciativa popular, em votação nestes dias no Congresso Nacional, como exemplo de participação popular para o aprimoramento da democracia, como já ocorrera com a aprovação da Lei 9840, contra a corrupção eleitoral, cuja aplicação requer contínua e atenta vigilância de todos, para que não continue a praga da compra e venda de votos. Esperamos que seja um instrumento a mais para sanar o grave problema da corrupção na vida política brasileira.

Permanecem oportunas as palavras de João Paulo II: "A Igreja encara com simpatia o sistema da Democracia, enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas e garante aos governados a possibilidade de escolher e controlar os próprios governantes (...) ela não pode, portanto, favorecer a formação de grupos restritos de dirigentes que usurpam o poder do Estado a favor dos seus interesses particulares ou de objetivos ideológicos" (Centesimus Annus, 46).

Urge uma profunda reforma política, iluminada por critérios éticos, com a participação das diversas instâncias da sociedade civil organizada, fortalecendo a democracia direta com a indispensável regulamentação do Art. 14 da Constituição Federal, relativo a plebiscito, referendo e iniciativa popular de lei. A Reforma Política "precisa atingir o âmago da estrutura do poder e a forma de exercê-lo, tendo como critério básico inspirador, a participação popular. Trata-se de reaproximar o poder e colocá-lo ao alcance da influência viável e eficaz da cidadania" (Por uma Reforma do Estado com Participação Democrática, Documentos da CNBB 91, 101).

A campanha eleitoral é oportunidade para empenho de todos na reflexão sobre o que precisa ser levado adiante com responsabilidade e o que deve ser modificado, em vista de um Projeto Nacional com participação popular. Por isso, incentivamos a que todos participem e expressem, através do voto ético, esclarecido e consciente, a sua cidadania nas próximas eleições, superando possíveis desencantos com a política, procurando eleger pessoas comprometidas com o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana. Em particular, encorajamos os leigos e as leigas da nossa Igreja a que assumam ativamente seu papel de cidadãos colaborando na construção de um País melhor para todos.

Confiando na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, invocamos as bênçãos de Deus para todo o Povo Brasileiro.

Brasília, 11 de maio de 2010

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário-Geral da CNBB

(Com CNBB)

Página 103 de 104