ppabortoespana200412A coordenadora da plataforma pró-vida espanhola Direito a Viver, Gádor Joya, assinalou que o aborto não deve ser considerado um serviço de saúde, pois "não cura nem prevê nenhuma doença, é somente a morte cruel e violenta de um ser humano".

Em um comunicado difundido hoje, Joya criticou as desculpas da Secretária Geral de Sanidade e Consumo da Espanha, Pilar Farjas, ao ser consultada sobre o tema da exclusão do aborto da lista de prestações sanitárias obrigatórias no Sistema Nacional de Saúde.

A autoridade espanhola assinalou recentemente que não se excluirá "nenhuma das prestações que por motivo médico ou de saúde se requeira no Sistema Nacional de Saúde".

Para Joya, a resposta de Farjas "tranqüiliza a grande indústria do aborto e confirma o que já denunciamos: que na Espanha é mais fácil e rápido matar a um filho no ventre que operar-se do quadril".

"Vai contra a deontologia profissional e contra a práxis médica apoiar a idéia de que o aborto é um ato médico. Como é evidente, o aborto não cura nem prevê nenhuma doença. Por isso tem que ser excluído da lista de serviços sanitários".

A porta-voz de Direito a Viver questionou que o governo da Espanha "considere uma prioridade de recorte de gastos atrasar as ajudas aos dependentes até 2014 enquanto que as administrações seguem esbanjando milhões de euros em apoiar a indústria do aborto".

Fonte: ACI Digital

ppabortoespana160512A porta-voz da plataforma pró-vida Direito a Viver (DAV), Gádor Joya, assinalou que eliminar o financiamento público do aborto levaria a Espanha a economizar mais de 57 milhões de euros, ou seja, mais de 72 milhões de dólares.

Conforme assinala a agência Europa Press, Joya explicou que a economia seria de "57,5 milhões de euros" e propôs que o Governo utilize esse dinheiro para um programa de ajuda integral à maternidade, com especial atenção aos casos de "gravidezes inesperadas".

Além disso, a líder pró-vida criticou que assim como o Sistema Nacional de Saúde não cobre totalmente uma prótese de quadril "muito menos pode subvencionar o aborto".

"Às vezes temos a sensação de que o Governo não quer enfrentar a dura realidade. O aborto supõe a morte cruel e violenta de um ser humano. Este não cura nem previne doença alguma, e por isso não pode ser reconhecido como uma prestação de serviço de saúde", acrescentou.

A porta-voz do DAV disse que o Governo "tem que mover as fichas já" porque diariamente morrem 300 crianças vítimas do aborto, 40.500 desde a toma de posse do novo presidente do governo espanhol Mariano Rajoy.

Nesta mesma linha, o Foro da Família e o DAV solicitaram a modificação da lei do aborto com caráter de "urgência" para deixar de financiar com recursos públicos os abortos praticados na Espanha, apesar do anúncio da ministra de Saúde, Serviços Sociais e Igualdade, Ana Mato, reafirmando que o Sistema Nacional de Saúde seguirá dando cobertura à prática anti-vida.

O Foro da Família solicitou ao Governo que derrogue "o antes possível" os artigos 18 e 19 da lei que obrigam aos serviços públicos de saúde a garantir o direito à prestação do aborto.

O presidente do Foro da Família, Benigno Blanco, propõe "incorporar esta previsão via emenda à Lei de Orçamentos ou incluí-la em algum dos decretos de leis que estão sendo aprovados em matéria de gastos públicos".

"Não é preciso esperar a tramitação da nova regulação em matéria de direito à maternidade anunciada pelo Ministro da Justiça, pois uma reforma pontual que afeta o gasto público e que encaixaria perfeitamente com o resto de medidas que estão sendo adotadas pelo Governo em matéria orçamentária em relação à saúde", indicou.

Para Benigno Blanco, a concessão englobada nos mencionados artigos da lei "repugna profundamente a consciência de muitos cidadãos espanhóis que se vêem obrigados a financiar com seus impostos uma prática totalmente inaceitável para eles".

Além disso, assegurou que "resulta especialmente incongruente que a mesma lei tenha desvinculado o aborto de toda situação de enfermidade ou problema de saúde convertendo-o em um direito exercitável a pedido da mulher sem causa médica alguma".

Fonte: ACI Digital

Por Tarcisio Siqueira

Ives Gandra é Professor Emérito da Universidade Mackenzie  e da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, Presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo e do Centro de Extensão Universitária - CEU

 Para o Senhor a Defesa a Vida, desde a concepção, é realmente um tema que nós católicos devemos buscar entender? Neste contexto o Filme Bella, do ator e Produtor Eduardo Verastequi, pode ajudar? Como o Senhor tomou conhecimento do filme?

 

 Ives Gandra: A vida é assegurada desde a concepção. Assim determina o Código Civil Brasileiro no artigo 2º, cuja dicção é a seguinte: “Art. 2º  A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.

 

E o inciso I do artigo 4º do Pacto de São José, cujo texto transcrevo: "Artigo 4º  - Direito à vida - 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente."

 

 

A própria Constituição Brasileira ("caput" do art. 5º) faz menção à inviolabilidade do direito à vida, estando assim redigido: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ...” (grifos nossos).

 

Como, desde a concepção, o zigoto é um ser humano, compreende-se a proteção da vida, desde este momento, não se justificando interpretações cerebrinas que buscam, contra a clareza da lei e do direito natural, exaltar o homicídio uterino.

 

Neste sentido, o filme Bella é uma útil contribuição para que se compreenda os dramas que decorrem das decisões das mães que autorizam a morte de seu filho por técnicas - todas elas são dolosas no aborto- conforme demonstrei no artigo "Como se faz um aborto", que está disponível no endereço: http://www.gandramartins.adv.br/art_detalhes.asp?id=367.

 

Tomei conhecimento do filme numa convivência de formação espiritual, onde foi exibido.

 

No Filme quais temas o Senhor considera que foram bem tratados? A família? A amizade? A vida? E por quê?

 

Ives Gandra: No filme, todos estes temas foram tratados. Família, amizade, vida. À evidência, a vida de cada ser humano, que começa na concepção, depende da forma como sua mãe irá dela cuidar, pressupondo a necessidade de ter, desde que gerado, o carinho daquela pessoa que o gerou. Ele é um inocente. Sua mãe, seja qual for o motivo para não desejar a gravidez, naquele momento é mãe e responsável por alguém que existe e é formado em sua própria carne e de sua própria carne.

 

No filme Bella, tais valores são realçados, pois apesar de indesejada a gravidez, percebe a mãe que seu futuro filho, que pretende abortar, necessitaria de sua amizade, de seu amor, de seu carinho e daqueles que conformam o seu ambiente (familiares e amigos). E é, graças a esta solidariedade e compreensão do papel de ser mãe que não pode ser assassina de seu próprio filho, que, no filme,  ela desiste da gravidez e o resultado realçado no final é a felicidade que sente, já na criança nascida e ativa, por ser mãe de alguém que ama e que a ama. Todos os valores acima são muito bem tratados em "Bella".

 

O Senhor acha que a Linguagem utilizada no Filme para tratar da temática do Aborto pode representar para os jovens uma excelente oportunidade de Rediscutir valores tão esquecidos, como o Amor Responsável?

 

Ives Gandra: Sem dúvida alguma. É um filme para a juventude assistir, meditar e rediscutir a tese de que não há dignidade humana formada à custa de homicídios uterinos de inocentes. É impossível acatar a tese de que uma das grandes conquistas da humanidade do século XXI é o direito de as mães assassinarem seus filhos no próprio ventre, por uma questão de conforto pessoal.

 

Poderá gerar, realmente, positivo impacto na mocidade.

 

Aos leitores de Zenit o Senhor recomendaria o Filme Bella?

 

Ives Gandra: Recomendaria, pois se trata de um filme com conteúdo moral e humano, em que a vida e os valores maiores são evidenciados e bem tratados. É um filme que prende a atenção do início ao fim. Vale a pena assistí-lo.

 

Para maiores informações sobre o filme: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Fonte: Zenit 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

14_may_marcharoma140512Cerca de 7 mil pessoas de diversos países do mundo celebraram no dia 13 de maio não só a Festa da Virgem de Fátima mas também o Dia da Mãe em Roma (Itália) com uma marcha pela vida e contra o aborto que foi desde o Coliseu até a Praça de São Pedro.

Um dos organizadores do evento, Juan Miguel Montes, explicou ao grupo ACI que "nunca vimos algo assim em Roma, capital da cristandade, cidade do Papa, cidade à qual todos os católicos do mundo vêem".

Por sua parte o Cardeal Raymond Burke, Presidente da "Corte Suprema" do Vaticano, a Assinatura Apostólica, disse que a marcha recordou "muitas outras" nas quais participou nos Estados Unidos, de onde é oriundo.

"(As marchas) têm uma importante função. Primeiro dar testemunho em todo nosso país da dignidade inviolável do ser humano e, segundo, gerar consciência nas pessoas do que está ocorrendo em nossos dias".

O Cardeal, que afirmou estar muito contente de que esta marcha se tenha sido realizada em Roma, comentou também ao grupo ACI: "acredito que (o evento) vai crescer a cada ano e que será algo importante para a Itália, como é para os Estados Unidos, afim de restaurar o respeito pela dignidade da vida humana".

Garret Nelson, seminarista da diocese de Great Falls-Billings, estado de Montana (Estados Unidos) comentou que a marcha foi definitivamente "de nível universal”.
“Vemos que o mundo se une e defende a dignidade da vida humana e sua importância. É emocionante ver os jovens da Igreja defendendo este direito fundamental".

A irmã Compassionis das Servas do Senhor, uma das 50 religiosas desta congregação que participou da marcha, disse ao grupo ACI em Roma que "era fantástico estar na Itália para esta primeira marcha pela vida (…). Dar um testemunho assim, especialmente no Dia das Mães, é importante especialmente pelos bebês não nascidos e suas mães que foram prejudicadas pelo aborto".

Além de norte-americanos, participaram alemães, franceses, húngaros, uma delegação polonesa e um grupo de budistas tibetanos que denunciaram os abortos forçados em seu lugar de origem.

Miguel Montes, representante do grupo Voglio Vivere (Quero viver), disse que "o que vimos é que cada vez mais os jovens são a favor da vida" e ressaltou que a média de idade esteve abaixo dos 40 anos.

Os organizadores explicaram ao grupo ACI que esperam que a marcha pela vida em Roma seja um evento anual, embora esperem que a data passe para o dia 25 de março, 9 meses antes de Natal e ocasião em que a Igreja Católica celebra a Festa da Anunciação.

Fonte: ACI Digital 

Do exemplo de Chen Guangcheng ao estudo-piloto Y-VarViac

"Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro - Do exemplo de Chen Guangcheng ao estudo-piloto Y-VarViac" é o título da Conferência Científica realizada em 12 de maio na Faculdade de Bioética do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum (APRA), no décimo aniversário de sua fundação.

A conferência foi dedicada ao famoso dissidente chinês pró-vida Chen Guangcheng, que denunciou esterilizações e abortos forçados por parte do Governo de Shadong. Suas recentes aventuras, como a fuga, o refúgio na embaixada dos EUA em Pequim e a hospitalização, foram notícia no planeta inteiro.

O encontro teve a participação do Dr. Renzo Puccetti, médico e ensaísta; do pe. Gonzalo Miranda, LC, decano da Faculdade de Bioética do ateneu; do prof. Giuseppe Noia, da Universidade do Sagrado Coração de Milão; do prof. Carlo Bellieni, membro da Academia Pontifícia para a Vida; de Ettore Gotti Tedeschi, presidente do Instituto para as Obras Religiosas (IOR) e destacado economista; e de monsenhor Ignacio Barreiro, da Human Life International.

Constance Miriano, autora do livro "Case-se e seja submissa" e coordenadora da associação Silent No More Awareness nos Países Baixos, participou dando seu depoimento.

A conferência apresentou dados do estudo-piloto Y-VarViac (Youth-Value Related Vision on Abortion and Contraception, ou Visão sobre aborto e contracepção em relação com o valor Juventude), iniciado por pesquisadores da Faculdade de Bioética do Regina Apostolorum, destinado a explorar os conhecimentos e as escalas de valor sobre as questões do início da vida a partir de uma grande amostra de jovens do ensino médio.

Entre os resultados mais relevantes dos dados preliminares, aparece a supervalorização da possibilidade de gravidez numa única relação sexual. De acordo com as informações dos autores do estudo, os jovens acreditam que uma relação sexual apresenta 70% de possibilidade de levar a uma gravidez, número que é 20 vezes maior do que a possibilidade real.

Além da confiança exagerada na capacidade da pílula do dia seguinte para evitar a gravidez, este resultado explica em parte a alta demanda por essas pílulas por parte da população mais jovem.

De acordo com os professores Leonardo Macróbio e Renzo Puccetti, responsáveis ​​pela pesquisa, é significativo que, entre as meninas que já tomaram a pílula do dia seguinte, dois terços se digam contrárias a produtos que possam interferir mesmo que potencialmente na implantação do embrião. É um dado que, se confirmado, levanta sérias dúvidas sobre a integridade das informações fornecidas na prescrição da pílula, e se torna ainda mais preocupante quando se considera que esta oposição é manifestada por pelo menos metade das meninas.

Na era da globalização, é cada vez mais importante, mas também mais difícil, navegar nestas questões sem se perder no mar de possibilidades que surgem. O Departamento de Bioética pretende oferecer um serviço para aqueles que precisam de uma "bússola" para navegar nesta matéria, tanto para entender melhor as questões em debate quanto para dar um encaminhamento àqueles que atuam na área da saúde humana.

Fonte: Zenit

O Diário Oficial da União publica na edição desta segunda-feira os critérios definidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para a interrupção da gravidez no caso de fetos anencéfalos (má formação no tubo neural, no cérebro). A interrupção só deve ocorrer depois que for feito um exame ultrassonográfico detalhado e assinado por dois médicos. O texto ressalta que a cirurgia deve ocorrer em local com estrutura adequada. Na Seção 1 do Diário Oficial, páginas 308 e 309, estão os seis artigos e a exposição de motivos.

A divulgação dos critérios ocorre 32 dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter aprovado por 8 votos a 2 a autorização para a interrupção da gravidez em caso de anencefalia. O CFM criou uma comissão de especialistas em ginecologia, obstetrícia, genética e bioética para definir as regras e normas. A comissão foi criada no dia seguinte à decisão do STF.

A Resolução nº1.989, de 10 de maio de 2012, é assinada pelo presidente do conselho, Carlos Vital Tavares Corrêa, pelo secretário-geral, Henrique Batista e Silva, e pelo relator do caso, Henrique Fernando Maia.

A interrupção da gestação só será recomendada quando houver um "diagnóstico inequívoco de anecefalia", conforme a decisão do conselho. O exame ultrassonográfico deverá ser feito a partir da 12ª semana de gravidez (três meses de gestação), registrando duas fotografias em posição sagital (que mostra o feto verticalmente) e outra em polo cefálico com corte transversal (detalhando a caixa encefálica).

Na decisão, o CFM reitera também que os conselhos regionais de medicina (CRMs) deverão atuar como "julgadores e disciplinadores" da decisão seguindo "a ética". Segundo a resolução, a gestante está livre para decidir se quer manter a gravidez. Caso escolha levar adiante a gestação ou interrompê-la, a mulher deve ter assistência médica adequada. A decisão de interromper a gravidez deve ser lavrada em ata.

Cabe ao médico, segundo a resolução, informar toda a situação à gestante, que terá ainda liberdade para requisitar outro diagnóstico e buscar uma junta médica. O profissional médico deverá ainda comunicar à grávida os riscos de recorrência de novas gestações com fetos anencéfalos e orientá-la a tomar providências contraceptivas para reduzir essas ameaças.

Fonte: Terra

A comissão da Verdade e o Dr. Claudio Fonteles

 *Paulo Vasconcelos Jacobina 

A recente criação da Comissão da Verdade pelo governo brasileiro foi vista, por minorias de alguns setores mais radicais (de ambos os lados da escala ideológica), como uma continuação da luta travada na época dos anos de exceção e repressão: por alguns, como uma instância de revanche; por outros, como a oportunidade de resgatar ideologias que, sob um manto aparentemente humanista,  já se mostraram daninhas em outras partes do mundo.

No entanto, a nomeação efetiva da comissão, que se mostrou bastante equilibrada, veio a mostrar que ela pode, de fato, ser aquilo que a grande maioria está esperando – uma instância de resgate da dignidade – e muitas vezes até dos restos mortais - dos que estiveram envolvidos nos conflitos ainda não completamente esclarecidos daquela quadra da história recente do Brasil.

Quero destacar, aqui, em especial, a minha admiração pela pessoa do Professor Doutor Cláudio Fonteles, nomeado pela Presidência da República para compor esta Comissão. Ele é membro emérito do Ministério Público Federal, onde foi Procurador-Geral da República, e tem uma história de luta pelos direitos humanos na melhor linha da Doutrina Social da Igreja, que ele aliás ensina, com muito brilhantismo, no Curso Superior de Teologia da Arquidiocese de Brasília.

Cláudio Fonteles está na comissão em razão da sua história como homem público, e como digno representante dos cristãos que, movidos pela necessidade de defender a vida e a liberdade em nosso país, expuseram sua segurança pessoal para discordar pacificamente das políticas equivocadas de então, bem como para registrar e documentar o que ocorreu no período: nós, os católicos brasileiros, na excelente companhia dos irmãos judaicos e dos irmãos protestantes.

Isto foi feito através de iniciativas preciosíssimas como, por exemplo, o projeto Brasil Nunca Mais, iniciado ainda na clandestinidade, no tempo da ditadura, quando se podia falar de verdade em "justiça de transição".

Não estou tratando dos que, naquela época, muitas vezes empolgados ou pressionados pelos tempos duros, acabaram adotando caminhos radicais e incompatíveis com a boa doutrina social da Igreja. Falo dos cristãos que, ontem como hoje, levantaram pacificamente suas vozes em defesa do direito à vida e à liberdade ameaçados pelo Estado brasileiro de então, em que a vontade de alguns foi confundida com a vontade de todos, e a eliminação física de pessoas em razão desta ou daquela posição ideológica era vista como muito natural.

Curioso que, naquela época como hoje, a Igreja continue como bastião inabalável da luta em favor da vida dos mais fragilizados – naquela época, os mortos e desaparecidos na luta política; hoje, os nascituros, anencéfalos e doentes terminais, ameaçados agora pelo aborto e pela eutanásia.

Uso a expressão “curioso” não por causa da luta da Igreja pela vida, que é sempre coerente e firme. Mas porque os argumentos daqueles que se opõem a esta luta cristã continuam bem parecidos: trata-se, diziam os de então, de questões de Estado, e, como o Estado é laico, nós, católicos, deveríamos manter-nos fora de tais discussões. Este argumento ainda é repetido, hoje, pelos que, ocupando funções estatais, liberam o aborto e a eutanásia. Mas a luta pela vida é sempre nossa, e o Estado não calará a Igreja na defesa da vida e da dignidade humana. Que o Estado é laico sempre o soubemos, e não queremos nem por um momento que seja diferente. Mas lembraremos sempre a todos – aí incluídos os eventuais ocupantes do Poder em qualquer quadra histórica - que a vida humana é sagrada e que sempre a defenderemos frente ao Estado, da concepção à morte natural.

Cláudio Fonteles continua como um grande lutador pela vida, e teve que ouvir, muitas vezes, a acusação de que a sua atuação indivisa como homem público cristão “feria a laicidade do Estado”, quando, no exercício dos importantes cargos públicos que ocupou, lutava intransigentemente pelo respeito à vida dos nascituros, embriões e bebês, contra abortos e frias manipulações destrutivas em laboratório. Cláudio, no entanto, é um exemplo de cidadão íntegro e coerente: ele sempre teve os mesmos princípios humanos, quer na missa, quer no seu gabinete de Procurador Geral da República, onde não buscou aplausos fáceis, mas a luta corajosa pela defesa do ser humano.

Orgulho-me, ainda, como Procurador da República que também sou, que felizmente o Dr.Cláudio Fonteles, além de grande cristão, também seja um colega de instituição, e que de certa forma me represente duplamente nesta Comissão.

* Paulo Vasconcelos Jacobina é Procurador Regional da República e Mestre em Direito Econômico

Fonte: Zenit 

 

 

 

Semana da Família acontece na Itália de 12 a 20 de maio

A II Semana da Família na Itália acontece em datas entre o 50º aniversário da morte de Santa Gianna Beretta Molla, esposa e mãe exemplar até o sacrifício da própria vida, e o VII Encontro Mundial das Famílias, em Milão, de 30 de maio a 3 de junho.

A II Semana da Família é promovida pelo Fórum das Associações Familiares e da Federação do Projeto Família Vida, em parceria com a revista Punto Famiglia.

O objetivo é trazer a família ao centro da sociedade, apresentando-a não como um problema, mas como um recurso e um farol de esperança. Comunicar a família, principalmente através de depoimentos e testemunhos da vida real, e não com base em princípios abstratos: este é o método de articulação do evento, que foi apresentado em conferência de imprensa moderada pelo director da agência de notícias SIR, Paolo Bustaffa, na Sala Marconi da Rádio Vaticano.

Marco Giordano, presidente da Federação Projeto Família Vida, informa que a iniciativa nasceu há vinte anos com um grupo de famílias de Salerno, assumiu uma dimensão nacional e acabou se tornando internacional. "As pessoas se descobrem como família quando são conscientes da sua identidade e direitos. Isto significa que a família não é um elemento estático, nem um agregado das necessidades, mas uma célula viva".

A história pessoal de Gianna Beretta Molla mostra que a santidade não está distante de nós, mas encontra terreno fértil na família todos os dias, continuou o presidente da Federação Projeto Família Vida. A santa de Magenta é um exemplo de sacrifício em nome do "primado da vida sobre o bem-estar": ela desafia o "senso comum", que teria escolhido sacrificar a última filha, não tanto por si mesma quanto pelos seus três primeiros filhos. Um evento preliminar da Semana da Família foi dedicado a Gianna Beretta Molla em 28 de abril, no 50º aniversário da sua morte, com uma peregrinação ao seu túmulo e um testemunho especial dos seus filhos.

Segundo Gianna Savaris, vice-presidente do Fórum Nacional das Famílias, a família não é "apenas um aspecto cultural", mas principalmente uma "experiência de vida". Entender o seu verdadeiro significado é útil para "lidarmos com o espírito dos tempos". Ela "consegue construir e dar respostas", "assume responsabilidades" e "merece leis menos ideológicas e mais realistas". A família não é apenas um "consumidor", mas uma fonte de investimento, assim como os filhos não são um "assunto privado", mas um bem para toda a comunidade.

Anna Spinelli, presidente do Projeto Família Vida, diz que a família tem a capacidade de "regenerar o tecido social" e que devem ser incentivadas as relações de apoio entre as famílias. Da mesma forma, a aceitação da vida requer uma grande dose de solidariedade, especialmente quando uma mulher se vê diante de uma gravidez inesperada e precisa do apoio da sociedade para rejeitar o aborto.

Spinelli falou também do papel das mulheres na esfera pública: elas "não se esquecem de que são mães", e, por isso, podem proporcionar um grande exemplo e um grande testemunho.

Entre os projetos que serão apresentados durante a II Semana da Família, o presidente do Projeto Família Vida mencionou a abertura de um novo abrigo para mulheres grávidas em dificuldades, num imóvel confiscado da máfia.

A II Semana da Família comemora também a XX Jornada ONU da Família, em 15 de maio, abordando temas que vão do acolhimento dos pobres até a educação afetiva dos jovens, passando pelo aprofundamento da realidade das redes familiares e da assistência às mães e pais viúvos.

Para mais informações: www.settimanafamiglia.it (em italiano)

Fonte: Zenit

09_may_embarazadaschile080512Um novo estudo realizado no Chile, com informação recolhida durante cinqüenta anos, confirmou que um maior acesso ao aborto não produz uma diminuição na taxa de mortalidade materna.

A pesquisa "Nível de educação das mulheres, instalações da saúde materna, legislação sobre o aborto e mortalidade materna: um experimento natural no Chile desde 1957 até 2007", foi publicada no dia 4 de maio no PLoS ONE, a maior revista científica do mundo.

Uma das descobertas mais importantes da pesquisa foi que, ao contrario do que dizem as hipóteses sustentadas pelos abortistas, desde que o aborto foi declarado ilegal no Chile, no final da década de 1980, a taxa de mortalidade materna diminuiu de 41.3 até 12.7 por cada 100.000 crianças nascidas vivas. Isto significa uma redução de 69,2 por cento.

O Dr. Elard Koch, epidemiologista e principal autor do estudo, destacou que "definitivamente, a proibição legal do aborto não está relacionada com as taxas globais de mortalidade materna".

Para o estudo, os cientistas usaram dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística do Chile, entre os anos 1957 e 2007. Os autores analisaram os fatores que podem afetar a mortalidade materna como, os anos de educação, o ingresso per capita, a taxa global de fecundidade, o fornecimento de água potável, entre outros.

A pesquisa considerou também o impacto das políticas de educação e saúde materna, incluída a legislação que proibiu o aborto no Chile no ano de 1989.

O Dr. Koch insistiu que é a educação das mulheres o que melhora sua capacidade "para buscar os recursos existentes de atendimento a saúde, incluindo pessoal qualificado para o parto, e conduz diretamente a uma redução no risco de morrer durante a gravidez e o parto".

A pesquisa revelou que o Chile, um país onde está proibido qualquer tipo de aborto, é um paradigma em saúde materna a nível mundial, pois a taxa de mortalidade materna diminuiu em 93,8 por cento entre 1957 e 2007.

O Dr. Koch destacou que "de fato, durante o ano de 2008 a taxa de mortalidade materna se reduziu novamente, a 16.5 por cada 100.000 nascidos vivos, colocando o Chile como o segundo país com a proporção mais baixa no continente americano, depois do Canadá".

De acordo com o cientista, a taxa de mortalidade materna do Chile está dois pontos abaixo da dos Estados Unidos.

Em fevereiro de 2011, Chile recebeu o prêmio International Protect Life Award (a proteção internacional da vida), por ser o país com a taxa mais baixa de mortalidade materna na América Latina.

Entre as variáveis que influíram na redução da mortalidade materna no Chile se encontram a formação de pessoal qualificado para o atendimento materno-infantil, a nutrição complementar para mulheres grávidas e para seus filhos, assim como a limpeza das instalações.

Mas o fator mais importante foi o nível educativo das mulheres. Por cada ano adicional de educação da mãe, observou-se uma diminuição correspondente na taxa de mortalidade materna de 29,3 por 100.000 nascidos vivos.

Entretanto, para o Dr. Koch, esta pesquisa mostra um "paradoxo da fertilidade" na saúde materna, pois embora "a educação ajudou a que o Chile alcance um dos recordes mundiais em segurança para a maternidade, também contribuiu para diminuir a fertilidade e atrasar excessivamente a maternidade, pondo às mães em risco por serem já de maior idade".

O problema atual, de acordo ao cientista, já não é quantos filhos tem uma mãe, mas sim "quando uma mãe tem seus filhos, especialmente o primeiro deles".

Fonte: ACI Digital

Vítima de hipertensão, mulher perdeu filha aos oito meses de gravidez.
'É uma ferida que abre de tempos em tempos', afirma engenheira civil.

Prestes a celebrar o 13º dia das mães depois do nascimento de Samuel, a engenheira civil Suelene de Almeida, de 49 anos, não titubeia em dizer que o filho é a maior realização da vida dela. O adolescente nasceu em 16 de junho de 1998, na quinta tentativa da família. Com histórico de hipertensão, ela perdeu os quatro bebês anteriores.

O primeiro aborto ocorreu quando ela tinha 32 anos. Aos oito meses de uma gestação tranquila e com o enxoval pronto, a engenheira ouviu do médico que a filha havia morrido no dia anterior. O corpo da criança foi enviado para um laboratório, que não apontou nenhuma causa para a morte.

suelenefrase“Acho que pai nenhum pensa que vai enterrar um filho. A gente acaba se enchendo de culpa. Nessa situação, durante a gravidez, pensa que não se cuidou direito, que podia ter feito algo de diferente”, diz. “Com o tempo a gente vai aprendendo a lidar, mas é uma ferida que abre de tempos em tempos. Outro filho, acompanhar o crescimento, não substitui, mas de alguma forma alivia. A gente deixa de sofrer pelo que não teve e passa a agradecer o que tem.”
Na época, Suelene começou a fazer terapia e contou com o apoio do marido e de familiares para superar a situação. “Parecia que tinha virado moda abandonar crianças. Uma mulher jogou no rio, teve outro bebê encontrado em uma lata de lixo. E eu me perguntava: por que elas que não queriam tiveram e eu que queria tanto não tinha?”

Após um ano, a engenheira engravidou de novo, desta vez de um menino. A criança morreu aos quatro meses de gestação. O médico era o mesmo e não explicou direito o que havia acontecido. “Ele não deixou muito claro. Disse que minha pressão oscilava, brincava de gangorra. Ao mesmo tempo que subia, caía. E com isso era como se o cordão umbilical fosse apertado e o bebê tivesse ficado sem oxigênio.”

Sem sentir segurança no médico, Suelene buscou a ajuda de outros profissionais. Após dois abortos aos dois meses de gestação, ela engravidou de Samuel e enfrentou uma rotina de consultas semanais com três especialistas e exames a cada 15 dias. “A gente estava sempre com o coração na mão, pensando que ele poderia morrer, poderíamos perder a criança”, diz.

sueleneNo sétimo mês de gravidez, a engenheira sofreu alterações na pressão e teve de ficar uma semana de repouso em casa. Depois, o médico decidiu interná-la por um mês para esperar que o pulmão e outros órgãos do bebê fossem formados. Ela tomava cerca de 10 comprimidos todas as manhãs, além de fazer exames e receber visitas do cardiologista e do ginecologista três vezes por dia.

O menino nasceu pouco antes de um jogo do Brasil durante a Copa de 98. “Depois o médico me falou que quando entrou no quarto e me viu, olhou para a minha mãe e abaixou a cabeça sem saber o que dizer. Na hora de me mandar para a sala de parto, ele tinha certeza que eu não sobreviveria. Eu tive Síndrome de Hellp [considerada uma variação de pré-eclâmpsia, distúrbio que provoca a elevação da pressão arterial durante a gestação].”

Segundo Suelene, o nascimento do filho trouxe sensação de vitória. Ela lembra de entrar no quarto do menino para checar se o garoto estava respirando. O primeiro aniversário, conta, começou a ser preparado com cinco meses de antecedência. A festa aconteceu em uma chácara, com três mesas de doces, tudo – inclusive as embalagens dos quitutes – preparado em casa.

“Tenho a impressão de que [ser mãe] deve ser o sonho de praticamente toda mulher. O Samuel foi um presente de Deus para mim, porque foram muitas tentativas, foram muitas as decepções, até chegar a esse ponto”, afirma. “Nesse tipo de coisa, engravidar, perder, a gente não sabe até que ponto a gente está acertando, errando. E no fim a gente vai descobrir que o erro não é da gente.”

Até os 12 anos do garoto, a engenheira decidiu trabalhar apenas durante meio período para poder acompanhar cada passo do filho. Ela diz que optou por não tentar ter outro bebê após o médico afirmar que seria uma gravidez de risco. “[Ele falou:] Hoje, se você quiser engravidar de novo, eu estou aqui com você. Mas a possibilidade de o Samuel ficar sem mãe é de 99%.”

De acordo com Suelene, a maior dificuldade enfrentada durante os três anos entre a primeira gestação e o nascimento do filho era não ter com quem conversar a respeito dos abortos. “As pessoas não sabiam como abordar. Tinha gente que perguntava porque eu estava sofrendo, se a criança nem tinha nascido”, conta. "Agora, eu gosto de dividir a minha história e assim poder ajudar outras mulheres, dar força para que persistam."

“Nunca pensei em desistir, apesar de tudo. Quando a menina faleceu, a impressão que eu tinha era de que eu levantava e deitava porque eu tinha que levantar e deitar, porque eu não tinha força de fazer nada. Mas desistir, desistir, eu nunca desisti. Hoje eu vejo as meninas de 17 anos e eu fico pensando como seria se ela estivesse aí, o que estaria fazendo, e muitas coisas. Então é muito difícil.“

Fonte: G1 - DF

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